Cães medrosos
O que é o medo?
Medo é uma reação emocional que ocorre quando o animal se sente ameaçado, gerando um estado de alerta. Normalmente as dos cães a esse sentimento são tentativas de fuga ou agressividade ao estímulo causador do medo. Há casos em que o medo é tão intenso que acaba se tornando uma fobia, e então o animal entra em pânico. Casos semelhantes podem ser observados em pessoas, por exemplo, algumas possuem fobia a ratos, baratas, palhaços, etc.
O que pode gerar o medo?
Experiências negativas, má socialização e pré-disposição genética podem ser responsáveis por esse sentimento. Vou exemplificar algumas situações:
- Experiências negativas: em alguns momentos o animal pode ser ter sido exposto a situações traumáticas, e que dependendo da situação, uma vez já é o suficiente para gerar o sentimento de medo. Outro caso ocorre quando o cão é exposto a situações repetidas em que houve alguma experiência negativa, desta forma ele é condicionado a ter medo daquele estímulo. Ex: Fogos de artifício podem assustar alguns cães, devido sua sensibilidade auditiva. Nesse caso, para alguns cães uma única experiência desagradável relacionada aos barulhos pode ser o suficiente para desenvolver uma aversão à sons altos.
- Socialização: Todo animal deve ser socializado, mas devemos respeitar o limite do cão e perceber se a socialização está sendo benéfica ou maléfica. Ex: Ao socializar um filhote com crianças, não é correto expor ele a uma situação com um grande número de crianças, sem que exista a chance de escapatória desse filhote caso ele não se sinta confortável diante da situação. Uma socialização mal feita pode também deixar esse animal traumatizado e correr o risco, posteriormente, dele reagir à presença de crianças. Lembre-se que as experiências devem ser sempre associadas a sentimentos positivos, para que não cause nenhum mal estar ao cão.
- Pré-disposição genética: Um estudo comparativo foi realizado com cães filhos de mães medrosa e corajosa. Trocaram os filhotes da ninhada, deixando aqueles, nascidos de mães corajosas, com as mães medrosas e vice-versa. O resultado demonstrou que aqueles filhotes da ninhada da mãe corajosa, criados com a mãe medrosa se tornaram cães medrosos, já que a mãe que os criou demonstrou medo a certos estímulos. Já a ninhada da mãe medrosa que foi criada pela mãe corajosa não se tornou corajosa, demonstrando então que o medo pode ter uma pré-disposição genética.
O que não devo fazer?
Algumas pessoas acreditam que fazer carinho faz com que o cão aumente o medo, isso não é verdade, mas esse erro ocorre porque quando o cão recebe carinho, entende que aquela reação que ele teve ao medo está correta e isso faz com que ele repita essa reação. Outros pensam que andar na frente esticando o peito faz com que o animal perceba que não precisa ter medo daquela situação, não é verdade porque se fosse verdade não precisaria ser repetidas em todas as vezes que essa situação ocorre, mas caso você demonstre medo diante do estimulo pode reforçar o medo do animal.
Sinais de medo e estresse:
Alguns sinais são observadas em situações que o cão se sente desconfortável, são eles:
Coçar; latir; correr em círculos; pular nas pessoas; ofegar; chacoalhar; orelha para trás; deitar; espirrar; rolar de barriga; rosnar; tremer; rabo entre as pernas; babar; fechar os olhos como estivesse com sono; congelar.
Devemos lembrar que é sempre importante observar a circunstância que o animal está apresentando esses sinais.
O que posso fazer para o cão diminuir o medo?
Você já deve ter percebido que não é simples tratar o medo, mas o principal é descobrir realmente qual é a causa dele. Lembre-se que é sempre importante procurar um profissional qualificado, para que solucione corretamente o problema. As experiências positivas podem ajudar seu cão a superar seus traumas e sentir-se mais confortável em situações adversas.
Por Augusto Lavinas